Top 10 Maiores Armadores de Todos os Tempos da NBA

Quem é o maior armador de todos os tempos?

É uma pergunta que todo fã da NBA já ouviu, leu ou refletiu a respeito, provavelmente mais de uma vez.

O armador (em inglês, point guard) é o comandante de sua equipe na quadra. Geralmente, ele tem a bola no início de todas as posses e é responsável por – como o próprio nome já diz – armar o time: ditar o ritmo, tomar as decisões das jogadas, achar os passes para alimentar os companheiros e também marcar pontos. Se muito bom, é praticamente a extensão do técnico dentro de quadra.

Os melhores armadores são, acima de tudo, extremamente cerebrais. Daqueles que parecem ter olhos na nuca, ou mesmo uma visão aérea, para enxergar tudo que acontece em quadra – de qualquer posição – e com mais destreza que os demais. Não são necessariamente jogadores de atributos físicos destacáveis, embora isso possa ser um belo diferencial, mas devem ser sobretudo inteligentes, rápidos e habilidosos. Parte integrante da primeira linha de defesa, possuem também obrigações de desarmar ou interceptar os passes do armador adversário.

Ao longo da história da NBA, vimos inúmeros armadores geniais que marcaram época em suas equipes, seja com títulos, prêmios individuais, estatísticas ou tudo isso junto. Em qualquer ramo, rankings de melhores de todos os tempos “comparando” atletas de diferentes épocas naturalmente geram polêmicas e injustiças, e não pretendemos ser a exceção.

Aqui, o top 10 maiores armadores de todos os tempos da NBA por este blog. Todas as estatísticas e dados são do site https://www.basketball-reference.com/, autoridade máxima no assunto.

10. Russell Westbrook (2008-)*

Oklahoma City Thunder — Prévia 2018/19

12/11/1988, 1.90m, UCLA, 4ª escolha do draft de 2008
Oklahoma City Thunder de 2008 a 2019
Houston Rockets de 2019 até hoje
Títulos – 0
MVP (2017), 9x All-Star, 8x All-NBA, 2x Scoring Champion (2015 e 2017), 2x Assists Leader (2018 e 2019)
*Ainda em atividade

Ranking bom é aquele que já começa controverso, não desista da leitura tão rápido. Russell Westbrook divide opiniões desde sempre e para sempre. Ora, como é possível frisar a inteligência e a tomada de decisão como os principais predicados de um armador de elite e já começar a lista com um jogador que é criticado justamente por suas deficiências nesses atributos? Pois é.

Fato é que Westbrook tem números ridículos. Um jogador conseguir um triplo-duplo (pelo menos 10 pontos, assistências e rebotes, normalmente) em um jogo já é um feito a ser destacado. Ele possui isso de MÉDIA nas últimas TRÊS TEMPORADAS, algo completamente surreal. Antes dele, somente Oscar Robertson (que ainda aparecerá por aqui) havia conseguido uma temporada de média de triplos-duplos e, por décadas, parecia um feito inalcançável.

As críticas em relação ao seu individualismo e as acusações de jogar supostamente em função de estatísticas ou recordes são justas? Este blog pensa que sim. Mas goste ou não, há de se reconhecer o raro talento de Westbrook.

9. Jason Kidd (1994-2013)

Together, Jason Kidd and the Nets soared to new heights | Brooklyn ...

23/03/1973, 1.93m, California, 2ª escolha do draft de 1994
Dallas Mavericks de 1994 a 1996 e de 2008 a 2012
Phoenix Suns de 1996 a 2001
New Jersey Nets de 2001 a 2008
New York Knicks de 2012 a 2013
Títulos – 1 (2011)
10x All-Star, 6x All-NBA, Rookie of the Year (1995), 9x All-Defensive Team, 5x Assists Leader (de 1999 a 2001, 2003 e 2004), Hall of Famer

Antes de Russell Westbrook “banalizar” os triplos-duplos, Jason Kidd foi responsável por populariza-los em sua época. Um dos armadores mais subestimados da história da NBA, foi também um dos mais completos, embora em nenhum momento tenha sido considerado a maior estrela da liga. 

Visão de jogo, habilidades de rebote e de defesa. Não fica muito melhor que isso. Kidd é o segundo jogador tanto com mais assistências (12.091) quanto com mais desarmes (2.684) na história, atrás somente de John Stockton (que ainda aparecerá por aqui) em ambos os fundamentos. Seus 8.725 rebotes o colocam como 64º em todos os tempos à frente de inúmeros pivôs consagrados, feito impressionante e subvalorizado.

Um dos maiores méritos de Jason Kidd foi adaptar seu jogo e se reinventar ao longo da carreira. Antes conhecido por seu ritmo intenso e agilidade, ele liderou o New Jersey Nets a duas finais consecutivas em 2002 e 2003, mas acabou derrotado pelo Lakers de Shaq/Kobe e pelo Spurs de Duncan, respectivamente. Ele então se tornou um especialista em arremessos do perímetro e conquistou sua redenção aos 38 anos justamente no time onde sua trajetória teve início, sendo peça fundamental – ao lado de Dirk Nowitzki – do Dallas Mavericks campeão em 2011. 

8. Jerry West (1960-1974)

Who are the people of the logo of the NBA? - Quora

28/05/1938, 1.88m, West Virginia, 2ª escolha do draft de 1960
Los Angeles Lakers de 1960 a 1974
Títulos – 1 (1972)
Finals MVP (1969), 14x All-Star, 12x All-NBA, 5x All-Defensive Team, Scoring Champion (1970), Assists Leader (1972), Hall of Famer

Muitos provavelmente o consideram um ala-armador (em inglês, shooting guard), mas o https://www.basketball-reference.com/ o coloca como armador em 12 das suas 14 temporadas na NBA. Portanto, caso encerrado.

Mais do que “apenas” uma lenda, Jerry West é o jogador cuja silhueta é a logomarca da NBA (você sabia?). Em um cenário onde há figuras como Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird, ninguém receberia essa honra à toa. E, claro, muito além de ser o símbolo da liga, West foi um senhor jogador de basquete. Ele nunca soube o que é não ser selecionado para o All-Star durante toda sua carreira de 14 temporadas no mais alto nível.

West ficou famoso por elevar seu jogo nas horas mais importantes e suas médias altíssimas nos playoffs corroboram isso. Porém, sua trajetória poderia ter sido muito mais brilhante, tendo em vista seus OITO vice-campeonatos (seis para o Celtics de Bill Russell e dois para o Knicks de Walt Frazier e Willis Reed). Depois de tanto bater na trave, conseguiu sua glória em 1972, já no final da carreira, diante do mesmo Knicks que tanto havia lhe atrapalhado. Conquistou aquele que foi o primeiro dos 16 títulos da rica história do Los Angeles Lakers.

A sina do Lakers de West com o Boston Celtics marcou o início da maior rivalidade de toda a NBA – talvez de todos os esportes – e lhe rendeu o feito histórico de, em 1969, ser eleito MVP das finais mesmo estando do lado derrotado, façanha nunca mais repetida até hoje.

7. Steve Nash (1996-2015)

Steve Nash Trade Rumors: 10 Trades to Save Phoenix Suns, Avoid ...

07/02/1974, 1.90m, Santa Clara, 15ª escolha do draft de 1996
Phoenix Suns de 1996 a 1998 e de 2004 a 2012
Dallas Mavericks de 1998 a 2004
Los Angeles Lakers de 2012 a 2015
Títulos – 0
2x MVP (2005 e 2006), 8x All-Star, 7x All-NBA, 5x Assists Leader (de 2005 a 2007, 2010 e 2011), Hall of Famer

Esse canadense nascido na África do Sul (!!!) é quem melhor personificou o clichê da figura do armador como um comandante dentro de quadra. Por onde passou, fez os ataques liderarem com folga a liga em todos os números importantes, especialmente no início dos anos 2000. Não confunda, seus companheiros tinham méritos, obviamente. Mas aquele “algo a mais” nitidamente atendia pelo nome de Steve Nash, onde quer que ele estivesse. E assim foi por pelo menos dez anos. Tendo Nash como armador, o ataque automaticamente seria um dos melhores da NBA.

Suas 10.335 assistências o colocam como 3º em todos os tempos, atrás de Jason Kidd (já citado) e John Stockton (continue lendo). Ele também possui o 2º melhor aproveitamento em lances livres em todos os tempos (90.4%), atrás somente de Stephen Curry (será que ele vai aparecer por aqui?). Alguns dizem que Nash teria sido o Curry antes de haver um Curry. Este blog não concorda nem discorda dessa afirmação.

Embora tenha sido um grande passador e driblador, o fator chave que tornou Nash uma lenda foi seu arremesso. Certamente um dos melhores arremessadores do perímetro na história, junto a nomes como Reggie Miller, Ray Allen e o próprio Stephen Curry. Seu temido arremesso o qualificava como uma ameaça constante, o que muitas vezes concentrava a marcação adversária nele, abrindo espaço para a consagração de seus companheiros. Dirk Nowitzki (Dallas) e Amar’e Stoudemire (Phoenix) agradecem imensamente. Uma das marcas do grande jogador é melhorar o jogo de todos ao seu redor.

6. Chris Paul (2005-)*

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06/05/1985, 1.85m, Wake Forest, 4ª escolha do draft de 2005
New Orleans Hornets de 2005 a 2011
Los Angeles Clippers de 2011 a 2017
Houston Rockets de 2017 a 2019
Oklahoma City Thunder de 2019 até hoje
Títulos – 0
10x All-Star, 8x All-NBA, Rookie of the Year (2006), 9x All-Defensive Team, 4x Assists Leader (2008, 2009, 2014 e 2015), 6x Steals Leader (2008, 2009 e de 2011 a 2014)
*Ainda em atividade

Cabe aqui uma nota pessoal: caso este que vos escreve pudesse escolher ser um jogador da NBA, escolheria Chris Paul. Explico. E adianto que não é por conta de nossas estaturas parecidas (e também não sou o fantástico “Chris Paul Brasileiro“). Nossa, mas então ele é o melhor de todos? Não! Por isso está no 6º lugar aqui. Mas privilegiados os que podem vê-lo jogar até hoje. Sem qualquer efeito de comparação, no futebol eu escolheria Dennis Bergkamp. Tem a ver? Não sei.

CP3 é teoricamente o armador perfeito. Sem sombra de dúvida, um jogador completo. A definição mais precisa da posição/função (apelidado de “Point God”, em referência a Point Guard – armador, em inglês). Ele é capaz de combinar ataque, defesa, plasticidade, elegância, inteligência e eficiência em seu jogo. A primeira palavra que vem à cabeça ao ver o camisa 3 com a bola – e também sem ela – é uma só: craque. Não são poucos os grandalhões que devem suas reputações e números a ele.

Foi, é, e sempre será raro ver Chris Paul tomar uma decisão errada em quadra. Fosse um enxadrista, seria daqueles que estão sempre alguns movimentos à frente do adversário… que está confuso jogando damas.

Entre os jogadores ainda em atividade, lidera a NBA tanto em assistências quanto em desarmes na história. Não deixe a falta de títulos ou prêmios individuais enganá-lo, caro leitor. 

Este blog carregará para o resto da vida dúvidas sobre como seria a carreira e a imagem de Chris Paul, caso fosse livre de algumas lesões ou se sua ida para o Lakers tivesse de fato acontecido em 2011. Para saber mais sobre essa história, leia.

5. John Stockton (1984-2003)

Legends profile: John Stockton | NBA.com

26/03/1962, 1.85m, Gonzaga, 16ª escolha do draft de 1984
Utah Jazz de 1984 a 2003
Títulos – 0
10x All-Star, 11x All-NBA, 5x All-Defensive Team, 9x Assists Leader (de 1988 a 1996), 2x Steals Leader (1989 e 1992), Hall of Famer

Este blog gosta de dizer que John Stockton foi uma espécie de Rivaldo da NBA. Muita qualidade e pouquíssimo reconhecimento, muito por conta de seu perfil mais família, discreto e elegante. Tal como foi seu basquete durante os quase 20 anos de carreira.

Se discreto fora das quadras, seus números dentro delas são assombrosos. Ele é o número um da história da NBA em assistências (15.806) e em desarmes (3.265), sendo o único jogador a liderar dois dos fundamentos mais importantes. Sua vantagem para o segundo colocado, Jason Kidd, é a mesma que, pasmem, a de Kidd para o 11º em AMBOS os quesitos.

São recordes considerados inquebráveis para qualquer um que entenda do assunto, muito por conta da durabilidade de Stockton. Ele disputou muitos minutos de todos os 82 jogos por diversas temporadas ao longo de sua carreira, algo cada vez menos comum. Com o aumento da intensidade do jogo, foi implementada uma filosofia de administração de desgaste dos atletas, com o intuito de evitar lesões mais recorrentes. O preparo físico impecável também alçou John Stockton ao posto de 5º jogador com mais partidas disputadas na história da NBA (1.504).

O que faltou para coroar sua carreira foi mesmo um título, que só não aconteceu porque o Utah Jazz dele e de Karl Malone se deparou com o Chicago Bulls de um certo Michael Jordan por duas vezes nas finais.

Stockton esteve em Barcelona nas Olimpíadas de 1992, como parte do Dream Team, ao lado de Magic Johnson e desbancando Isiah Thomas (que anos depois, o desbancaria no ranking deste blog). Humilde, costuma dizer que em nenhum momento, durante os 30 anos nos quais se dedicou ao basquete, ele se considerou o melhor jogador de sua própria equipe. Seu discurso de admissão ao Hall da Fama do Basquete em 2009 é um dos mais bonitos que este blog já teve o prazer de assistir. Veja.

4. Oscar Robertson (1960-1974)

Oscar Robertson's legacy much greater than triple-doubles

24/11/1938, 1.96m, Cincinnati, selecionado no draft de 1960
Cincinnati Royals (atual Sacramento Kings) de 1960 a 1970
Milwaukee Bucks de 1970 a 1974
Títulos – 1 (1971)
MVP (1964), 12x All-Star, 11x All-NBA, Rookie of the Year (1961), 6x Assists Leader (1961, 1962, de 1964 a 1966 e 1969), Hall of Famer

Ao lado de Jerry West, Oscar Robertson é o representante da era mais antiga do basquete neste ranking. Havia menos times e menos jogadores, o jogo era menos intenso, tudo isso é verdade. Contudo, havia também racismo, condições precárias de treinamento e muito menos repercussão midiática. Aqueles que dominaram suas épocas merecem o devido reconhecimento que nem sempre lhes é atribuído. Por quase 20 anos, “Big O” foi unanimidade na discussão de melhor armador da história da NBA, até o surgimento de Earvin Magic Johnson na década de 1980. 

Um jogador muito à frente de seu tempo, Robertson ainda detém o recorde de triplos-duplos em todos os tempos (181), o que fica ainda mais impressionante considerando seu número de partidas (1.126): significa que ele conseguiu um triplo-duplo em quase 17% dos jogos de sua carreira – algo absolutamente ridículo. Também foi o primeiro jogador a conseguir um triplo-duplo de média durante uma temporada inteira (1962), marca que só foi igualada mais de 50 anos depois por Russell Westbrook. 

Kareem Abdul-Jabbar, o maior pivô da história da NBA (pode ser que façamos esse ranking um dia) e lenda do Los Angeles Lakers, afirmou em entrevista no ano de 2013 que, caso Michael Jordan, LeBron James e Oscar Robertson fossem contemporâneos, Robertson provavelmente os superaria. Como você, caro leitor, este blog tem muitas ressalvas quanto a isso, mas a opinião de Kareem carrega certa relevância e deve ser levada em consideração na discussão. Aqui, a entrevista.

3. Isiah Thomas (1981-1994)

I'm Dead Wrong": NBA Analyst Issues Apology to Isiah Thomas Over ...

30/04/1961, 1.85m, Indiana, 2ª escolha do draft de 1981
Detroit Pistons de 1981 a 1994
Títulos – 2 (1989 e 1990)
Finals MVP (1990), 12x All-Star, 5x All-NBA, Assists Leader (1985), Hall of Famer

Isiah Thomas é um raro caso na NBA que dá razão para quem acredita que “estatísticas não dizem tudo”. Quando comparado aos demais jogadores nesse ranking, Isiah tem números inferiores. Trata-se de um fato, não de uma opinião. Dito isso, a coisa muda de figura quando falamos de playoffs. Se não foi particularmente constante e diferenciado nas temporadas regulares, possui um dos melhores desempenhos em playoffs na história da NBA, coroado com seu prêmio de MVP das finais de 1990 contra o Portland Trail Blazers de Clyde Drexler.

Jogador extremamente determinado e técnico, Isiah foi o coração e a alma do Detroit Pistons duas vezes campeão em 1989 e 1990. Time que ficou conhecido como “Bad Boys” e está eternamente marcado na história por seu jogo duro e, acima de tudo, por ter derrotado Michael Jordan três vezes seguidas nos playoffs do leste. Imagine ser campeão mais de uma vez na época de adversários como o Bulls de Jordan, o Lakers de Magic e o Celtics de Bird.

Sua personalidade atrapalhou sua carreira e atrapalha sua imagem fora das quadras até hoje. Na época dos Bad Boys, ele fez questão de vestir a carapuça de vilão, alimentar teorias de perseguição e teve algumas atitudes pelas quais, embora não admita, se arrepende. A rixa com Michael Jordan – e com outras estrelas – lhe custou a vaga no Dream Team em 1992. Se leu até aqui, você já sabe que John Stockton foi um senhor armador, mas não há um só especialista que pense que a vaga ao lado de Magic Johnson não pertencia a Isiah Thomas naqueles jogos olímpicos.

2. Stephen Curry (2009-)*

Stephen Curry Injury: Latest Reports on Warriors Star's Broken ...

14/03/1988, 1.90m, Davidson, 7ª escolha do draft de 2009
Golden State Warriors de 2009 até hoje
Títulos – 3 (2015, 2017 e 2018)
2x MVP (2015 e 2016), 6x All-Star, 6x All-NBA, Scoring Champion (2016), Steals Leader (2016)
*Ainda em atividade

Stephen Curry é um dos jogadores mais revolucionários da história da NBA, simples assim. Se hoje vemos um festival de cestas de três pontos e placares altíssimos, é em grande parte por conta de Curry. São pouquíssimos os que verdadeiramente influenciaram o jogo e mudaram uma liga como ele foi capaz de fazer com o basquete e a NBA.

Antes dos 30 anos de idade, o “Brinquedinho Assassino” já estava consolidado como o maior arremessador de todos os tempos, doa a quem doer. Curry é um pesadelo para todas as defesas porque é uma ameaça mortal de QUALQUER região da quadra.

Sua temporada em 2016 foi individualmente uma das maiores em todos os tempos, na qual, em feito inédito, ele foi eleito MVP de forma unânime e quebrou diversos recordes. Só não foi campeão naquele ano porque o Cleveland Cavaliers de LeBron James conseguiu uma das maiores façanhas da história da humanidade em uma série histórica de sete jogos nas finais – uma memória para outro dia.

Curry quebrou o recorde de mais cestas de três pontos em uma única temporada em 2013 com 272, depois repetiu o feito em 2015 com 286, e em 2016, desafiou a lógica marcando 402. Sua parceria com Klay Thompson no Golden State Warriors rendeu o carismático apelido de “Splash Brothers” e já é uma das maiores duplas da história.

Caso se mantenha saudável, os números apontam para que Curry seja o maior armador de todos os tempos ao final de sua carreira? Sim. Mas a distância entre a mera existência dessa possibilidade e a realização dela de fato, é bem considerável. Vai acontecer? Só o tempo dirá.

1. Magic Johnson (1979-1991 e 1996)

Let's enjoy some Magic Johnson highlights on his 56th birthday ...

14/08/1959, 2.06m, Michigan State, 1ª escolha do draft de 1979
Los Angeles Lakers de 1979 a 1991 e 1996
Títulos – 5 (1980, 1982, 1985, 1987 e 1988)
3x MVP (1987, 1989 e 1990), 3x Finals MVP (1980, 1982 e 1987), 12x All-Star, 10x All-NBA, 4x Assists Leader (1983, 1984, 1986 e 1987), 2x Steals Leader (1981 e 1982), Hall of Famer

Earvin Magic Johnson é um daqueles talentos que aparecem uma vez só. Quem viu, viu. Sabe quem diz que os três anos do auge de Ronaldinho Gaúcho foram as coisas mais impressionantes já vistas em um campo de futebol? Magic foi exatamente isso por mais de dez anos. Este blog pensa que uma das maiores virtudes de um atleta é conseguir fazer o público parar para vê-lo jogar, atraindo novos torcedores – e popularizando o esporte.

Acredita que esporte é entretenimento? Se sim, Magic Johnson é o cara. Muito além dos passes sem olhar, das jogadas impressionantes e do “basquete-arte”, conhecido como Showtime no Los Angeles Lakers na década de 1980, Magic Johnson foi um fenômeno da natureza. Seu tamanho e sua força lhe possibilitavam jogar em qualquer posição, como provado nas finais de 1980, quando ainda em seu primeiro ano na NBA ele jogou de pivô (!!!) substituindo o lesionado capitão Kareem Abdul-Jabbar (!!!!) e foi eleito MVP da série (!!!!!!).

Se alguém duvida do tamanho da figura de Magic Johnson na história da NBA, basta ver como a liga era quando ele surgiu e como ela ficou quando ele se aposentou. Junto com Larry Bird, Magic SALVOU a NBA. E aqui não há exagero algum. Seus duelos nas finais entre Lakers e Celtics elevaram a liga em muitos níveis e prepararam o terreno para o reinado solitário de Michael Jordan anos mais tarde.

Extremamente carismático, sempre sorridente e educado, Magic se divertia dentro e fora das quadras. Até hoje é muito difícil encontrar alguém que não goste dele. Seu estilo de vida acabou por lhe cobrar um alto preço e ele foi diagnosticado com HIV em 1991, o que na época significava aposentadoria imediata, além de uma implacável sentença de morte (batalha que segue vencendo até hoje, saudável aos 60 anos de idade). Magic não se abalou e se tornou o símbolo da luta contra o vírus da AIDS, financiando pesquisas e promovendo campanhas de conscientização ao redor do mundo.

Sempre que Magic Johnson esteve envolvido, o time – e o mundo – pertenciam a ele. E quando ele voltou da aposentadoria para disputar os jogos olímpicos de 1992 pelo Dream Team não foi diferente. Imagine o tamanho do sujeito que é o centro das atenções e capitão do maior time já montado na história de qualquer esporte.

Por essas e outras, este blog considera – com bastante convicção – Earvin “Magic” Johnson Jr o maior armador de todos os tempos da NBA.

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